sexta-feira, 12 de julho de 2013

SINTERO:   A DITADURA  DA   EDUCAÇÃO...

Há mais  de 20 anos, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Rondônia – SINTERO – “combate” todos os governantes que o estado já teve. Até aí, nada de mais! Porém, o fato é que todos os governantes deixaram o governo, mas foram raras, muito raras, as mudanças na diretoria do sindicato.

A diretoria do sindicato odiava Jorge Teixeira, odiava até Ângelo Angelim (que foi tampão antes da posse de Bengala), odiava Jerônimo Santana, odiava Osvaldo Piana, odiava Valdir Raupp, odiava José de Abreu Bianco, odiava Ivo Cassol e hoje odeia Confúcio Moura. Com exceção de Confúcio, que deixará o governo apenas em janeiro de 2015, todos os demais estão fora, uma vez que a sinecura de Ângelo Angelim não representa poder, apenas apadrinhamento, fato normal no PMDB dos Raupp. Todos esses políticos foram chamados de ditadores pelos dirigentes do SINTERO, embora o único ditador de verdade tenha sido Teixeirão. Os demais são apenas políticos sem nenhum compromisso com a educação e com todos os demais setores da administração.

O que não dá para entender é que os mesmos dirigentes que condenam a ditadura, a permanência de pessoas em determinados cargos, são os mesmos que estão há mais de duas décadas enganando os filiados do sindicato e pedindo mudanças. Engraçada essa forma de fazer sindicalismo. Os filiados não sabem qual é a verdadeira arrecadação do sindicato, não têm acesso às prestações de contas, nunca aprovaram as viagens internacionais dos dirigentes e nem podem usar os vários veículos comprados com a suada contribuição dos filiados.
É interessante observar que o SINTERO é um dos raros organismos que realiza eleição de diretoria ainda em urnas do século XIX, abrindo mão da urna eletrônica, utilizada por quem quer mais seriedade no processo eleitoral.

O cinismo dos dirigentes é tanto que eles chamam de democrática a eleição do SINTERO. Eles esquecem que o advogado que defende a diretoria atual, todos esses anos, faz campanha abertamente contra qualquer candidato que disputa contra seus protegidos, embora ele seja contratado para defender TODOS os filiados. Hélio Vieira chegou a usar vários  veículos de comunicação na campanha em 2011, para dizer que, se os atuais dirigentes perdessem, todos os benefícios já garantidos por lei não seriam concretizados.Segundo Hélio Vieira, somente sua chapa sabia defender os filiados. Muito estranho que Confúcio Moura queira colocar os professores em sala de aula no período de férias e Hélio Vieira não se manifeste.  Muito estranho que Confúcio não cumpra a Lei 680/12 e Hélio Vieira fique caladinho... Os milhares de reais arrecadados pelo sindicato são usados de forma criminosa apenas para financiar os atuais dirigentes, tornando as disputas sempre muito desiguais, desonestas e viciadas.

Como é do conhecimento de todos, as instituições necessitam mudar a forma de agir, sob pena de cair na mesmice, nos vícios administrativos, na corrupção, no crime organizado e outros problemas degenerativos dos princípios morais e éticos. Sem querer ofender o pessoal do crime organizado, podemos afirmar que o SINTERO é um organismo muito parecido, com a diferença de que no crime organizado de verdade há sinceridade, ética,  honestidade, respeito, decência, fidelidade aos membros e outros fundamentos necessários para a consolidação de qualquer organização...

O leitor pode se perguntar se a idéia é defender o crime organizado. Claro que não! Jamais! A finalidade aqui é dizer que o crime organizado é mais decente do que a atual diretoria do SINTERO, pois as traições promovidas pelos dirigentes deste sindicato, contra os filiados, tornaram-se uma rotina que se arrasta por anos seguidos. Até mesmo alguns dos raros dirigentes que não se envolvem com as falcatruas da Executiva dizem que as ações são criminosas.
Na gestão de Confúcio Moura, do PMDB, essa situação ficou muito pior, pois as primeiras medidas que Confúcio tomou depois de sua posse foi cooptar diversos dirigentes, através de agrados governamentais, incluindo-se aí cargos de primeiro escalão para cônjuges de diretores do sindicato, cargos de outros escalões para parentes e amigos de dirigentes, liberação de dirigentes, mesmo ferindo as regras de proporção de delegados em relação ao número de filiados, pagamentos de benefícios que deveriam ser para todos, mas foram apenas para diretores do sindicato, e outros trambiques praticados pelo SINTERO e pelo governo do PMDB contra as pessoas que trabalham dia e noite para fazer uma educação decente.

Como os recursos do SINTERO são recursos públicos, duvido que Marcelo Bessa, que se considera a palmatória do mundo, tenha coragem de investigar essa diretoria do sindicato, duvido que Confúcio permitiria, pois Confúcio já declarou ter um namoro com os dirigentes. Além disso, o secretário de segurança talvez não tenha interesse em investigar aliados de Confúcio.
Uma prova clara da picaretagem dos diretores do SINTERO  é que na greve de 2010, houve uma votação das regionais que decretou o fim da greve. Existem 11 regionais no estado. Em 2010, a maioria das regionais optou pelo fim da greve. A votação foi acatada na hora pela Executiva. Acabou a greve em 2010. Este ano,  exatamente no dia 09 de julho, 07 das regionais votaram para manter a greve. As outras 04 regionais votaram  para acabar a greve. A Executiva, sem consultar os filiados, desconsiderou a votação e decretou o fim da greve.

Por que os dirigentes tinham interesse em acabar a greve? Que democracia é essa? Por que a Executiva encerrou a greve sem ouvir os filiados? Que interesses a Executiva quis atender? Onde está o respeito ao estado democrático de direito alegado pela Executiva? O que os dirigentes ganharam para enganar os filiados? Quem decidiu dar aula em janeiro? São perguntas que certamente não terão respostas, pois essa é uma prática muito comum dos dirigentes dessa entidade, que de sindicato tem apenas o nome: isso tem mais semelhança com quadrilha... Tenho dito!


FRANCISCO XAVIER GOMES

Professor da Rede Estadual