EDUCAÇÃO: A
DEMOCRACIA DE FAZ-DE-CONTA
Um dia depois de reunir a
imprensa para proferir diversas verborragias, a secretária de educação de
Rondônia, num ato de flagrante sectarismo político, exonerou da direção da
escola ELOÍSA BENTES RAMOS o professor Joelson Queiroz, eleito democraticamente
no processo que ela mesma chama de democratização da gestão escolar. Tudo só no
discurso! Na prática, Isabel Luz age nos bastidores como os últimos ditadores
totalitários que eliminam seus eventuais
desafetos políticos pela força...Não pela força do argumento ou da
serenidade, mas pela força da arbitrariedade, da intolerância e do ego pequeno.
Mas, pelo menos este ato, é melhor acreditar que o governador não tenha
conhecimento, pois Confúcio Moura, apesar de pagar caro pela incompetência de
muitos de seus assessores, não tem o perfil de perseguidor.
Desde o tempo que colocou seu
nome na disputa pela direção da escola, o professor Joelson sofreu uma
sistemática perseguição institucional por parte de pessoas que não o queriam
ver dirigindo a escola ELOÍSA BENTES RAMOS, mas venceu a eleição pelo voto
direto da comunidade escolar. Vale salientar que votaram alunos, funcionários e
pais de alunos. A vitória de Joelson Queiroz talvez tenha sido das mais
significativas dentre tantas escolas do estado, pois ele venceu a eleição
contra uma colega que estava na direção da escola havia cerca de 15 anos ( uma pequena ditadura), sem nunca ter sido
eleita. Realmente vencer este tipo de batalha parece pouco provável. Mas
aconteceu...
Uma prova clara da perseguição é
o fato de que no dia da eleição a “turma do contra” arrumou uma impugnação
fajuta, alegando que o professor Joelson não tinha 02 anos na mesma escola. Que
argumento vagabundo!! Todo mundo sabe que as nomeações para cargos de direção
superior não exigem esse tipo de quesito. Além do que, se o governo dizia ser a
eleição de diretores a redenção da democracia, o que impede um professor de
disputar a eleição em uma escola que já tenha trabalhado antes ou que tenha
vontade de trabalhar? No caso de Joelson, ele estava há muitos meses na escola
e isto o credenciava a conhecer a comunidade escolar. Prova mais cabal é que
foi eleito. Caso fosse um estranho, duvido que conseguiria tal façanha.
De qualquer modo, antes da
realização das eleições, escrevi um artigo mostrando todos os absurdos que
constituíam o regulamento das eleições e questionei a inexistência de
fundamentos legais no tal regulamento. Claro que nunca fui ouvido! Sinceramente
pode-se acreditar que, como o governo gosta de nomear leigos e pessoas sem
nenhuma formação, possivelmente a comissão que elaborou o tal regulamento nunca
tenha visto a legislação vigente em sua frente, dados os graves erros
cometidos, sobre coisas básicas... Agora é possível entender por que não
fizeram um regulamento bem feito, a intenção era não respeitar o que eles
mesmos pregavam: a democracia.
Conheço várias pessoas que
trabalham na SEDUC, na capital. Essas pessoas afirmam que a secretária já
possui uma lista com nomes de outros diretores de escolas que ela vai exonerar.
Duvido que o governador saiba disso, mas não duvido da existência da tal lista,
pois a atual secretária parece não ouvir mesmo ninguém. Com certeza, essa
atitude durona ela aprendeu lidando com pessoas da secretaria de obras de
Ariquemes, onde trabalhava, antes de “virar professora” por decreto do governo.
Isabel nunca deu aula em lugar nenhum e
se tivesse dado, com certeza, teria contribuído para piorar os números do IDEB,
pois as atitudes ditatoriais não melhoram em nada a qualidade do ensino.
Caso ela fosse professora, seria
leiga, pois numa simples pesquisa feita ao Conselho Regional de Educação
Física, área que ela alega ser formada, qualquer pessoa pode constatar que ela
não possui registro no CREF, que é uma espécie de “OAB” dos professores de
educação física. Para se ter um exemplo, a atual secretária de educação não
poderia ser técnica de uma escola nos jogos escolares. Simples não é? Para
evitar comentários, a senhora secretária deveria fazer seu registro no CREF e
publicar na imprensa o nome da faculdade onde se formou e o ano. Assim ninguém
vai dizer que ela não fez a faculdade... Quem avisa, amigo é! Afinal o Espírito
Santo não fica tão longe assim; nem o Tocantins...
É triste constatar que uma
secretaria tão importante seja usada para perseguir pessoas eleitas
legitimamente e que não tiveram nem a oportunidade de se defender... Como
alguém pode falar em democratizar a educação, agindo assim? Como é possível
confiar num governo que permite essas atitudes e ainda premia com cargos de
luxo? Que democracia é esta que não aceita o voto de todas as pessoas de uma
comunidade escolar?
Ao expressar democraticamente
minha opinião, o faço sem nenhum problema, visto que não sou diretor de nenhuma
escola e nem seria candidato, nesse sistema democrático de Isabel Luz, onde não
valem os votos diretos recebidos pelos candidatos, mas sua vontade de fazer o
que deseja... Mesmo assim, se decidir me perseguir também, chefe, que eu tenha
pelo menos a oportunidade de me defender, direito que não foi concedido ao
professor Joelson, por pura arbitrariedade ou mesmo por acreditar na eternidade
das sinecuras... Sendo perseguido ou não, espero que o governo de Rondônia
reveja esse ato ditador, que fere, de morte, a democracia daqueles que trabalham
diuturnamente para melhorar o IDEB ,
coisa que a secretária não tem capacidade técnica de fazer...Tenho dito!!!
FRANCISCO XAVIER
GOMES
Professor da Rede
Estadual