OS
CANDIDATOS DE RONDÔNIA...
Os próximos meses, até outubro, serão de
muitas emoções para os eleitores, pois é quando conheceremos as propostas dos
candidatos que dirão de que maneira pensam atuar nos cargos pretendidos por
eles, a partir de janeiro do ano vindouro. Com certeza, serão centenas de
candidatos...
A propósito da eleição, certamente vale a
pena lembrar da origem da palavra candidato,
como forma de propor uma reflexão a todos que puderem fazê-la, uma vez que as
orientações da Justiça Eleitoral, do Ministério Público Eleitoral e da
Procuradoria Eleitoral, além de outras instituições, podem não ser suficientes
para que o eleitor rondoniense possa
fazer suas escolhas, embora sejam exaustivas.
Na realidade, a palavra candidato tem origem no Latim (candidus)
e significa a pessoa “pura”, “limpa”, “sem manchas”, “honesta”... Este termo candidato era usado pelos romanos para
designar as pessoas que disputavam cargos públicos, que pretendiam representar
o povo na Roma Antiga. Naquele tempo, os candidatos vestiam-se de branco e
saiam em campanha para conquistar os votos necessários para sua eleição. A
roupa branca era o símbolo da pureza dos candidatos.
A palavra voto também tem origem no Latim (votum) e significava promessa feita para
um Deus. Importante lembrar que muitos políticos são endeusados pelo eleitor
incauto, sendo que alguns eleitores chegam a fazer promessa em defesa de seus
candidatos. Claro que isso não é uma particularidade de Rondônia, mas
precisamos alertar a população de nosso estado, para que possamos pensar num
estado melhor para as futuras gerações. O eleitor precisa ter compromisso com a
busca por uma vida melhor para todos e isto implica votar bem.
Recentemente, a imprensa do estado publicou
uma lista com centenas de nomes de políticos acusados de atos tipificados como
ilegais ou criminosos, as cidades ou instituições lesadas e o período em que
ocorreram os fatos. Além do que os políticos do estado são conhecidos, todo
mundo sabe quem são os políticos. Aqueles que cumprem penas, ou cumpriram, e
aqueles que respondem a processos. Não podemos esquecer aqueles políticos que
ocupam cargos atualmente. Muitos deles, ainda não respondem a processos, mas
possuem atuação igualmente reprovável.
Para fazer justiça, nem todos os processos
respondidos pelos políticos têm relação com dinheiro público, como também nem
todos os processos comprovam a participação em crimes. Há, ainda, casos de
processos de outra natureza e isto precisa ser avaliado também. Agora, o
eleitor votar em candidatos que tiveram sentenças condenatórias por acusação de
corrupção, improbidade administrativa, compra de votos, abuso de poder
econômico e outras práticas do gênero, é pedir para ser mal representado. Ao
fazer isso, o eleitor dá uma grande contribuição para piorar a vida de todos.
Outra coisa que não dá para entender é sobre a
“pureza dos candidatos”. Se a palavra candidato designa o indivíduo que deve ser puro, honesto, limpo, sem manchas,
aqueles que já cumpriram as penas são puros? Ao cumprir a pena por atos
considerados desonestos, essas pessoas voltam a ser puras, limpas, cândidas? A
honestidade ou a desonestidade têm prazo de validade? E tem mais: quem foi que
disse que ficha limpa é sinônimo de conduta limpa?
A partir de 05 de julho, como prevê a
legislação eleitoral, começam as campanhas eleitorais e muitos candidatos
buscarão os votos da população. Mas até o dia da eleição dá tempo para o
eleitor buscar as informações necessárias. Com o avanço tecnológico, fica fácil
saber quem são os candidatos. Pesquisar sobre eles ajuda a mudar o estado,
ajuda a justiça e ajuda o país. Ninguém se torna puro do dia para a noite.
Finalmente, existe a possibilidade de
votarmos em pessoas que, no momento da eleição, não possuem manchas, mas que revelam
a face desonesta depois da posse. Neste caso, não há como dizer que a culpa foi
do eleitor. A solução, nestes casos, é não votar na mesma pessoa em futuras
eleições. Não é tão difícil assim buscar um país mais decente e livre de
picaretas. Basta pensar para votar... Tenho dito!
FRANCISCO
XAVIER GOMES
Professor
da Rede Estadual